EU, E O ZECA BALEIRO

Mas, deixando o encantamento um pouquinho de
lado, fui ao Morro pra ver o Zeca Baleiro, minha primeira vez no Festival, para
coroar minha noite só faltava me encontrar cara a cara com o Zeca, mas isso
estava díficil, então resolvi ficar no meio do povão, bem em frente ao palco.
Antes havia ficado paradinha ali na porta do hotel onde o Zeca descansou, mas
não sabia que ele ficaria ali, estava apenas aguardando minha turma que havia
saído eu prometi que não sairia dali. De repente a vendedora ambulante falou “Esse
não é o cantor?” nos viramos para vê-lo não deu mais tempo ele entrou muito
rápido, só me restava mesmo aguardá-lo no meio da multidão.
Minha
turma chegou e fomos para a frente do palco, muita gente jovem para ver o
Baleiro e eu ali mais uma vez, no meio deles a espera do artista que compõe e canta
MPB como ninguém. Observei a imensa quantidade de jovens e adultos ali presentes,
afinal a música não tem fronteira. O Zeca demorou e o público cantava para sí o
refrão “ eu tava triste tristinho, mais solitário que a top model magrela na
passarela a esperar pelo Zeca”.. de repente percebemos uma movimentação diferente
no palco, era o artista chegando e dizendo pra nós, “mas hoje eu recebi um telegrama,
era você aqui do Morro a me chamar, por isso negos sintam felizes, porque está
aqui, alguém que muito te ama....” Uau,
começou o lindo show regado a canções de MPB e rock in roll na medida. Muito calor
humano e muita diversão naquele momento.

Um
pedido durante o show me chamou atenção o publico em maioria, e olha que tinha
gente pra não acabar mais, gritava “toca Raul” eu ali calada pensando, diabos,
o cara famoso, um dos maiores compositores da MPB e o povo gritando toca Raul! O
tempo ia passando e eles insistindo naquele grito, eu na frente juntamente com
outro grande grupo e aquele fã desesperado, o que ganhou a paletinha,
gritávamos por “Lenha”. O Zeca saiu e não cantou, a plateia enlouqueceu pedindo
sua volta. E ele voltou cantando “Lenha” pro meu deleite. E logo depois o Zeca
recita: “Mal eu subo no palco Um mala um maluco já grita de lá -Toca raul! A
vontade que me dá é de mandar O cara tomar naquele lugar Mas aí eu paro penso e
reflito como é poderoso esse raulzito Puxa vida esse cara é mesmo um mito”.
Era a canção “Toca Raul” um rock pra lá de bom, e eu não conhecia. Que lástima,
os jovens sabiam de “Toca Raul e não, será que estou ficando velha? Dizem que quem gosta de rock não envelhece, então
estou jovem.
Infelizmente
o show acabou e aquele público frenético se dispersou, voltei pro antigo lugar
querendo ver o Zeca voltar para o hotel, vi todos os músicos mas ele se
camuflou, a galera que esperava junto comigo ficou a ver as areias à nossa
frente. Se demorasse mais um pouco o dia amanheceria comigo na praia, então
decidi ir descansar.
Pela manhã, hora de vir embora do Morro, partimos para o
pier, já encontramos de cara os músicos do Zeca, um deles perguntava a alguém
no telefone: “cadê o Zeca, nós nos perdemos dele?” descemos para o embarque e
quando chegamos lá quem eu encontro? O Zeca Baleiro! Me aproximei dele e cantei
“Eu tava triste, tristinho...” ele sorriu me deu um abraço, beijinhos na face e
fez umas fotos comigo e com os meus, foi tudo de bom. Logo depois vi o Zeca e
sua turma entrarem na lancha rumo ao Atracadouro, minutos após um helicóptero passava sobre o
Morro, somente um tempinho depois, caiu a ficha, era o Zeca Baleiro indo embora. Tchau Zeca, até um próximo encontro. Valeu Zeca! Valeu prefeito de
Cairu que me proporcionou esse encontro.
nov 2015
Comentários
Aqui o público começou a gritar "toca Raul" logo que o show começou rs