O POVO CONDUZ N. SRª DO AMPARO PELAS RUAS COM AMOR E FÉ



Uma vez por ano, por todos os pecados” (Otávio Mota). Assim mais uma vez a população de Valença se reuniu nas ruas conduzindo o andor da padroeira, N. Srª do Amparo no dia 08 de novembro. Era tanta gente, que mal dava para perceber onde terminava a caminhada.
Seguindo os costumes, há 69 anos a cidade se reúne num só gesto e caminha, uns vão de branco, outros muito simples, e alguns aproveitam a oportunidade para colocarem a melhor roupa em si e nos seus  filhos para desfilarem. Na reunião gigante não importa o grau de conhecimento das pessoas, las apenas se juntam e caminham  lado a lado como se fossem os melhores irmãos. São famílias arrastando suas crianças pelas mãos, carregando nas costas ou empurrando os carrinhos infantis com os bebês a bordo.  O importante é seguir o cortejo, é chegar ao alto da colina e devolver a madona ao seu altar lindo e carregado de muita fé.

A Santa desce a ladeira da CVI, cruza a Vila Operária, lugar em que deu origem a festa, e atravessa a cidade. Em seu percurso são várias homenagens. As casas em todas as ruas ficam decoradas com tecidos brancos, flores e balões azuis e brancas, os seus moradores aguardam a santa passar com confetes e pétalas de rosas para jogar sobre o andor, e os familiares se apertam nas sacadas para conseguir o melhor lugar  e a melhor visão da imagem em sua passagem.
Enquanto a padroeira desfila pela cidade, os devotos que desejam estar em melhor posição no adro do Amparo na celebração da missa, se adiantam à frente do cortejo religioso e sobem a colina apressados deixando as ruas sempre repletas e ocupando os assentos na Igreja do Amparo,  quem chega com  a  procissão fica de pé.

No dia 08 de novembro, todos os valencianos se parecem iguais, os frequentadores das religiões de matrizes africanas e aqueles que dizem não ter uma religião escolhida seguem pelas ruas de mão dadas, não sei se por curiosidade ou por um momento de fé cristã/católica, políticos e pessoas comuns se misturam e carregam o andor, ambulantes trafegam ao  lado da multidão vendendo água, brinquedos e seguindo também sua fé. As praças ficam lotadas de pessoas à espera da passagem do andor, mesmo que não tenham mais força física para acompanhar a procissão.
Jesus disse em uma de suas parábolas, “caminhemos pela fé e não pela visão” e o povo de Valença, todo dia 08 de novembro todos os anos, faz isso, acompanha e conduz o andor de Nossa Senhora do Amparo pela fé. Não importa o quanto cada um compareça às igrejas católicas, mas no dia da procissão estão sempre ali,  seguindo os costumes e sendo abençoados pela fé que carregam nos seus corações, pelo “Uma vez por ano, por todos os pecados”.


G A L E R I A  D E   F O T O S


























































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