O Príncipe Teimoso no Reino de Ocupação



Dizem que cada diabo tem seis meses de mandato. Existem pessoas que se acham o próprio diabo e com mandato perene. Mas, eis que um dia encontra um diabo mais valente e mostra para ele que mandatos nunca serão para sempre, que a verdade uma hora se estampa, as máscaras desabam e as cortinas se fecham. E quando o espetáculo é interrompido o público chora.
Nas cidades modernosas acontecem dessas coisas, e daí surgem as estórias de pedengas, desamor, teimosia e poder. Era uma vez um produtor que agia como o Pequeno Principe, ordenava, exigia e todos o obedecia, passavam a mão pela sua cabeça e lhe davam tudo aquilo que queria. Até quando a exigência não era muito correta, era mantida. Ele no alto de sua arrogância usava de todos os meios para conseguir o que queria, pisava nos companheiros, humilhava os inimigos e alçava degraus que nem sabia como pisá-los.
Um dia o Pequeno Principe, adentrou numa estrada que era desconhecida, assim seguindo seu rito foi logo ditando as ordens e dividindo as tarefas ao preço que lhe convinha. Ele porém não reparou que o terreno ali era mais árido, que deveria pisar mansinho, enfiou os pés pelas mãos e descobriu que em  sua nova estadia havia um rei com mais força, com mais moral  e justiça. E o rei ao descobrir que o príncipe queria lhe utilizar como capacho o despachou num instante, mas por ser justo amparou o principe com o reino ocupação para que ele tivesse a sua manutenção.
Estava tudo certo no reino, devidamente ocupado o principe precisava garantir alguns ajustes, o rei  providenciou os papeis para a festança e na hora do acerto final eis que o príncipe se lembrou que precisava de louvor, e para não ficar sem fama, os papeis ele sequestrou. A sua corte lamentou pois não queria correr riscos,  com toda essa irreverência ficavam os outros sem gaita.
E foi um Deus nos acuda no reino de ocupação, pessoas choravam por cobres e, se sentiam atraiçoados. Falta de aviso não foi todos alertaram ao principe, “devolva esses papeis, ou ficaremos sem os réis”. O principe não escutou, fez pouco caso e bateu o pé. O rei lhe solicitava e o principe não dava bola, as horas foram passando, os súditos lhe procurando e o príncipe caçoando.
Enquanto isso no reino de ocupação a plateia se formava para ver com emoção, a apresentação da corte e suas representações. Tava tudo anunciado por trombetas e cartazes, só faltavam os tais papeis para garantir o traslado.
Levando em conta que o príncipe lhe isolou a revelia o rei então tomou uma decisão, ao consultar os conselheiros e saber que estava certo, escreveu sua sentença e publicou com urgência, a festa estava acabada, não tinha mais o que fazer, o povo correu para praça, precisava ver para crer. O príncipe tão arrogante encontrou um rei sincero, acabou com sua teimosia sem medo e sem mistério. A corte passou a sentir que não há príncipe absoluto, pois se não há retidão não pode haver concessão.
Aqui fica a lição para aqueles que pensam suplantar a inteligências dos seus parceiros de trabalho e subjugá-los de acordo com seus pensamentos, que no mundo se pode tudo, mas nem tudo se pode! O respeito é a  base da convivência, nada se faz perfeito por conveniência. O príncipe perdeu a oportunidade de agir com respeito e humildade. O rei mostrou que se há uma pedra dura, pode haver outra com mais dureza ainda!

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