O 12º FESTIVAL DE ARTISTAS DE RUA EM VALENÇA
Casal tailandês |
Sempre
se espera alguma coisa do município, em Valença quando se fala em cultura a
reclamação é sempre a mesma, “em Valença não tem nada” . Parece que agora se
deveria dizer, “opa! Valença tem muita coisa, pra onde eu vou mesmo”? mesmo
assim não vi muita gente ontem na rua para assistir ao 12º festival
internacional de artistas de rua que passou por Valença nos dias 11 e 12 de
março. Porque plateia de 100 a 200 pessoas num festival de artistas de rua, onde
ninguém paga nada, não parece público.
Com o apoio da Secretaria de Cultura, os
artistas de rua mostraram nesses dois dias, do Calçadão, até a Recreativa, performances maravilhosas, desde o circo até
a música de muita qualidade. Falando nisso, alguns músicos compareceram por lá
para prestigiar como Marcelo Nofri, Zai Pereira e Alexandre Guerra, foi o que pude identificar.
Na grade
das performances, o alemão Das Friedel é uma verdadeira caixa de percussão
humana, fazendo um som fantástico apenas com as suas cordas vocais, após sua
atuação o peruano Elio Garcia mostrou suas habilidades com os malabares
deixando a criançada que estava por perto de olhinhos bem abertos para ver se
caía algum objeto.
Willy Sahel |
Seguindo
a ordem ainda no Calçadão uma artista plástica americana a Tova Snyder estendia
seu longo painel de pintura em tela para
a construção coletiva das crianças maiorezinhas. Aliás as artes
plásticas tinha o que há de melhor, o cartunista, caricaturista e poeta de
Salvador, Luís Natividade, fez o maior sucesso com suas criações e ficou das
19h até às 22h arrodeado de gente que queria desenhar com ele e comprar seu
trabalho, muito bacana sua presença aqui em meio a muito profissional internacional
de rua a quem o Luís não fica a dever nada.
Com
tanta atração fantástica não foi possível acompanhar a todas as performances,
mas sabemos que na Praça da Independência houve coisas fantásticas como o homem
sanfoneiro, a moça que dança com um bambolê gigante e um palhaço argentino meio
doido, jogando água e aterrorizando as pessoas, penso que ele se inspira no
Chaplin, mas coitado do argentino, nunca chegará próximo ao chinelo do Chaplin.
A sua atuação é ligada diretamente com o público e conseguiu arrancar muita
gargalhada e interação, mesmo assim achei sofrível.
Luis Natividade |
No local
destinada às apresentações musicais, a calçada da Recreativa, foi o lugar de
publico um pouco menor, todavia os músicos eram muito bons. Tinha um Valenciano que não mora aqui
há mais de quarenta anos. Ele faz parte da dupla Jonga Lima e Milton Reis, ele
é o Milton. Juntaram-se a eles o Willy Sahel e seus amigos africanos da região
do Chade. Aí a coisa ficou melhor ainda, o som tribal e acústico fez a noite
terminar em grande estilo. O Homem Banda
não pôde se apresentar no sábado, porque o evangélicos com um barulho infernal,
e o som nas alturas no cais atrapalharam a apresentação do rapaz.
Eventos
como esse precisam acontecer na cidade e as pessoas reclamantes de plantão
precisam comparecer, valorizar o que vem para a cidade, porque reclamar é bom, mas
prestigiar, e mostrar reconhecimento pelo
que está sendo feito é melhor ainda. Parabéns Jucelia Nascimento e Aline Reis
Lameira que possibilitaram a Valença receber um grupo de artistas tão diverso e
tão bacana reunindo gente de cinco continentes para dividirem suas culturas com
a população local.
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