O NATAL DO SOCIAL
Todo
ano o Colégio Social faz seu encerramento em grande estilo no Centro de Cultura
de Valença com a culminância do projeto Literatura Viva, eu, é claro, sempre
estou lá para prestigiar, porém de uns tempos para cá tenho ido acompanhar meu
neto mais novo que faz parte da população Social. Como eu falava, os
encerramentos são sempre lindos, mas esse ano me deixou muito encantada. As
coordenadoras tiveram a ideia brilhante de encenarem o mundo mágico dos contos
de fadas, adoro contos de fadas, e também gostaria de ver todas os festejos
natalinos em todos os lugares do Brasil.
Os
contos fadas lembram: a vaidade e a
inveja que se contrapõem ao lado bom do ser, aquele espelho que ganha voz e tem
que mentir para proteger a linda e
maltratada princesa rica e tão pobre de carinho e de aconchego. Oh pobre Branca
de Neve, ainda bem que foi acolhida pelos também descartados anões escondidos
na floresta por serem diferentes do modelo social humano pregado pela elite que
busca a perfeição.
Pensando
em dar uma nova visão aos contos de fadas tão conhecidos no mundo inteiro, a coordenadora
Ana Bernadete e a professora Fabiana Gomes tiveram a ideia de trazer as
princesas e os príncipes das estórias infantis para se ajustarem à realidade
atual deixando a lição de amor, acolhimento e compreensão entre os pequenos
alunos da educação infantil. Pra começar a Alice do país das maravilhas não dormiu, ela conviveu e interagiu com todos
os outros personagens das diferentes estórias infantis dando o tom da interação
entre a magia dos contos e o nosso tempo com realidades carentes de afeto.
A estória
da Chapeuzinho em sua origem tem a intenção de educar a criança para não sair
de casa sozinha porque pode ser sequestrada por alguém do mau, então sobrou
para o lobo, e o que se faz com o mau? Extirpa. Mas nós não precisamos extirpar o lobo, ele não é mau. Então entrou em cena a Chapeuzinho verde, ela representa
a preservação da natureza e o nosso lobo brasileiro, o guará está sendo
extinto, a Chapeuzinho verde se torna a protetora da fauna e do lobo. Linda ideia,
professoras sábias, mensagem perfeita.
Os
Três Porquinhos sociologicamente falando demonstram as diferentes
personalidades entre os irmãos, onde um é dedicado e dois estão entregues à
preguiça e ao desleixo, vindo a ser prejudicado na hora de uma decisão. E o Social
através de Ana e Fabiana não queriam mostrar isso, mas sim que a solidariedade e
ajuda mútua pode melhorar o comportamento do desinteressado. Tudo é questão de
dedicação e incentivo e de olhar para o companheiro ao lado se importando com
sua condição intelectual e social de maneira positiva.
O Capitão
Gancho e Peter Pan, essa disputa precisava ser resolvida, ninguém precisa ser
inimigo para sempre, as pessoas precisam das outras e as professoras acertaram
em cheio porque até no cinema o Capitão Gancho já se transformou em aliado do
Peter Pan. O filme estreou em outubro passado e tem direção de Joe Wright.
Como
diria o Chicó do Ariano Suassuna, “só sei que foi assim”, a apresentação dos pequeninos do Social foi
muito encantadora, organizada, bem montada, um sonho lindo de se ver. A
professora Fabiana e suas colegas Michele, Amália, Kaline e toda equipe do
infantil estão de parabéns por trazer para os adultos os contos de fadas de
maneira tão linda e com uma humanidade a flor da pele.
Outra
coordenadora que brilhou com sua equipe foi Leonor Porto que abraçou a ideia da
professora de música Manuela para mostrar ao público um natal brasileiro,
viajando de Norte a Sul, não o natal elitista que a gente conhece, mas o natal humano e dentro das culturas endêmicas
existentes no Brasil. Dá para imaginar um natal indígena? Um natal de quem
precisa trabalhar naquele momento sem direito a diversão? Pois é, existem
pessoas que em plena noite de natal estão trabalhando para proporcionar o bem
estar de outros, os pescadores, os médicos, os telefonistas. O mundo não para
porque é natal. Os alunos do ensino fundamental I dirigidos pelo
ator/professsor Juliano Britto que faz parte do quadro do Colégio Social deram
banho de realidade com suas interpretações naturais e cheias de informações de
como é de verdade nossa nação.
Ser
Social é se preparar para enfrentar a vida não apenas na aprendizagem técnica,
mas acima de tudo se preparar para entender e vida como um lugar de interações
humanas e de crescimento pessoal. A cada ano, o Social se supera em suas
finalizações, para nós que estamos assistindo está tudo muito bem sempre. Para quem
faz é preciso melhorar sempre. Mas esse ano ninguém pode dizer que precisava
melhorar. Eu, do meu lado crítico, me encantei tanto quanto as demais pessoas
que ali se encontravam, só vi beleza, organização e competência de sobra.
Parabéns Bernadete, Fabiana, Leonor. Michele, Manuela, Juliano, Kaline, Amália,
Mary Carla, Claudia. Parabéns, Ana Franco por sua linda equipe. Em 2016, a
gente se encontra de novo, por que o sonho prevalecerá nos corações dos
brasileirinhos, assim como o crescimento intelectual e a formação humana.
Dez. 2015
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