INFILTRADO NA KLAN
Quem conhece o diretor americano Spike Lee sabe do seu tom arrojado de dizer e fazer as coisas, a cada filme, a cada clip, a cada documentário, assim ele sempre mostra uma história forte e genuína.
Dentro desse
complexo de personalidade e verdades, chegou o filme o “infiltrado na Klan”, de
maneira debochada e ao mesmo tempo séria, o Spike conduziu a história do filme
lotada de realidade e cinismo para mostrar os ideais da Ku Klux Klan americana
no final dos anos de 1970 com seus ataques ao povo negro.
De maneira
brilhante o Spike realiza duas farsas colocando um policial negro para se fazer
representar por um branco judeu, duas etnias que a Klan, odeia, assim como o
Hitler fazia na Alemanha nazista, e estes precisam se desdobrar para exercerem
seus papeis de infiltrado.
O Filme já começa
mostrando um trecho do clássico “E o vento Levou”, fazendo uma bela homenagem ao
diretor Victor Fleming, no decorrer da história, surgem várias citações a
grandes nomes como Martin Luter King e sobre os acontecimentos das décadas de
lutas mais ferrenhas entre negros e brancos nos EUA, chegando a mostrar
inclusive, trechos do filme “O Nascimento de uma Nação” de 1915 dirigido por D.W.
Griffith, filme que relata o crescimento da Guerra da Secessão, o assassinato
de Lincoln e o nascimento da Ku Klux Klan.
Em uma Delegacia do Colorado dominada por brancos um jovem e primeiro policial negro da cidade resolve se infiltrar na Klan, mas precisa de um corpo branco para sua entrada presencial no mundo dos nazistas modernos e seu colega judeu entra na zona de perigo, o Ron em dois corpos diferentes penetra na mais alta cúpula da Klan e assim consegue impedir novos ataques às populações negras através de sua inteligência e minimiza seus efeitos nocivos sobre os americanos por um breve tempo.
O Spike Lee não
mediu esforços para mostrar ao mundo como agiam os brancos em referência aos
negros e mandou uma linda mensagem através de um relato das memórias de adulto quando ainda era criança sobre o assassinato de um negro
na década de 1960, trazendo, inclusive, as fotografias do evento.
O filme tem uma
beleza de imagem com recortes perfeitos para mostrar as emoções de maneira
bastante natural, mas sempre mostrando a luta dos negros para enfrentar os
preconceitos raciais. O Spike colocou nesse filme sua voz e seu olhar sobres
políticas raciais e sociais finalizando o filme mostrando a campanha de Donald
Trump e o apoio do ex líder da Klan em 2016, o David Duke. Para não perde o bom humor
ácido, o Spike começa e termina o filme com doses de realidades para que o
espectador não esqueça que o filme foi marcado por “uma porrada de realidade”.
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