CRISTIANO RONALDO: VALENTIA PARA EMPRESTAR
Toda
pessoa normal tem seus ídolos, seja na música, na dança, na arte representativa ou mesmo no futebol. No meu
caso, em se falando de futebol tenho dois ídolos nacionais, o Zico e o Bebeto,
dois craques do seu tempo, sendo que o Bebeto aprendeu muito com o Zico (bater
falta). No futebol internacional, apesar da rivalidade entre a Argentina e
Brasil, eu gostava do Batistuta (bate gol), sempre achei o Maradona, o Romário
e o Roberto Dinamite meio canastrões apesar do talento deles. No entanto,
adorava o Edmundo (animal), talvez porque ele não levasse desaforo para casa.
Na
atualidade tem muitos craques pelo mundo, entre eles o Neymar, o Messi, mas me
chama a atenção um craque europeu, por sua vaidade, talento de sobra e valentia
para lutar pelo quer. O Cristiano Ronaldo, CR7 do Real Madrid ou da Seleção de
Portugal. Às vezes ele dá chiliques na Seleção e quase sempre se dá mal, posto
que a seleção de Portugal não consegue ganhar nada. Oba! Não conseguia, agora
ela é campeã europeia de futebol, chegou ao mais alto patamar que uma seleção sonha
alcançar, agora já pode até pensar em disputar um mundial com intenções de
chegar a uma final, já que até o momento
o máximo que conseguiu disputar foi uma semifinal para não deixar Portugal tão distante do
quadro dos profissionais que buscam o
maior troféu da FIFA.
Certa
época, o Zico decidiu ir para o Japão ensinar aos japoneses que a bola é
redonda, aí comecei a observar o futebol internacional, quando o Ronaldinho Gaúcho
e o Robinho foram para o Barcelona e Real Madrid respectivamente, passei a assistir aos jogos do campeonato espanhol uma vez ou outra e assim tempo depois conheci o português marrento
CR7, acho engraçado como ele festeja o gol, com uma parada de toureiro, e a
maneira como ele ajeita os cabelos engomalinados antes de bater uma falta. É um
estilo todo dele e nada convencional, mas os craques, assim como os astros tem jeitos específicos de manifestar suas
alegrias. O Cristiano Ronaldo me chama à
atenção com essa peculiaridade.
Nos
últimos dois anos tenho prestado mais atenção nele e em sua gana por ganhar os
jogos que participa. Embora na Copa do Mundo
do Brasil, ele estivesse “rezado”, porque nunca vi tanto desacerto numa só
pessoa, pode ser também pelo fato de levar a pecha de carregar a seleção de
Portugal nas costas, visto que ele é o astro do time em sentidos variados.
Na
região em que se encontram o Real e o Barça, também disputam atenção dos
fanáticos por futebol, o James Rodrigues e Luizito mordedor, mas no atual
campeonato europeu, brilhou a estrela de Cristiano Ronaldo, dentro e fora do gramado.
Sua braçadeira de capitão nem seria necessária, posto que suas atitudes são de
um líder que joga pela sua seleção com o coração, e faz seus companheiros
brilharem mesmo que se sintam medrados. Se numa disputa de pênaltis ele
encoraja o colega a bater e fazer o gol, na decisão não seria diferente. Se não
é possível jogar então delega ao Éder a função de fazer o gol que daria a
Portugal a primeira Taça em uma competição continental enquanto time adulto,
porque o sub 20 já havia conseguido .
A França
acreditando que tirando o CR7 de campo venceria com facilidade a seleção que
jamais havia ganho um campeonato internacional, providenciou o “abate” do
craque logo aos 18 minutos do primeiro tempo, aí “entra” no jogo o herói da
partida, Éder, aquele jogador que quase não seria convocado; aquele garoto que a
imprensa portuguesa afirmava, “o Éder
joga bem, mas a bola tem problemas com ele”. Pois é, o jogador cuja bola tem
problema, foi incitado por Ronaldo “você vai fazer o gol Éder”, e ele bom
garoto, decidiu para superar seus problemas com a bola naquela decisão. O gol
foi lindo, mas se fosse feio era o gol da vitória, então seria lindo de
qualquer forma. E a poderosa França, percebeu que tirar o CR7 de campo não lhes
serviu para nada, apenas para eles aprenderem uma lição, nunca se deve tirar um
craque de campo, pois os companheiros podem fazer a diferença.
E
assim foi, mesmo com a perna enfaixada o Cristiano Ronaldo ficou ali mandando
energias, orientando os colegas, dando forças para eles aguentarem uma
prorrogação difícil, e quando Éder decidiu o craque chorou, dessa vez de
alegria, pela primeira vez ele conquistava uma taça para Portugal. Parecia um menino
que ganhou o presente de natal mais sonhado, e o mundo abriu os holofotes para
divulgar a alegria portuguesa, a coragem da equipe que conseguiu se segurar e
vencer a anfitriã mesmo sem o seu craque em campo, mas sobretudo a valentia do
Cristiano Ronaldo que mesmo contundido, com
muito esforço conseguiu levantar a auto estima de seus companheiros e pegar a
Taça com raça.
Se os jornais vão dizer que Portugal jogou mal, é um ponto de vista porque a
França jogou igual, se vão reclamar da falta de divulgação do nome do Éder,
acode razão, mas o CR7 merecia esse título, porque ama sua seleção, joga com a
alma e não se sente em nenhum momento a
estrela da seleção diante de seus companheiros. Respeito ao gajo, e a sua
seleção que agora se encontra no panteão dos campeões.
jul. 2016
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