LAVAGEM DO AMPARO 2015
Dia
25 de novembro, se inicia em Valença mais uma festa do Amparo, e tudo começa
com a lavagem ou a simulação da lavagem do adro do Amparo. Nesse princípio de
festa é cultural e comum comparecerem os terreiros de candomblé de Valença que
inventaram esse cortejo, com baianas vestidas de branco como na festa do Bomfim,
carregando suas quartinhas e água de cheiro para banhar os participantes. Como
na festa do Bomfim, os políticos gestores também desfilam à frente do cortejo
saudando seus munícipes e mostrando que caminham juntos.
Esse
ano de 2015 senti falta de muita coisa, e a primeira foi de gente mesmo, o adro
do Amparo costuma lotar de tal maneira
que fica difícil transitar por ali enquanto acontece a “lavagem”. Pensamos que
tenha sido por causa do ENEM, muita gente foi tentar botar a cara no sol. Enquanto isso, na lavagem
estavam basicamente os terreiros e os políticos.
Lá no início dessa caminhada há muito tempo atrás, apenas os terreiros participavam, com o passar do tempo os políticos passaram a perceber o evento como uma vitrine para serem vistos. A “lavagem do Amparo” também foi agregando outros elementos como: Fanfarra, Bumba meu boi, e no final da caminhada os trios elétricos e as comitivas dos candidatos natos e aspirantes a alguma vaga em qualquer câmara, municipal ou estadual, ou mesmo na Prefeitura se faziam presentes em belos cortejos. Os grupos de cultura viva como a capoeira também participavam e continuam participando, no ano de 2013, Cairu enviou sua representação cultural para fazer parte do cortejo.
A
lavagem de 2015 deu uma bela encolhida, aqueles deputados candidatos de outros
lugares que passam por aqui em tempos de eleição não compareceram, talvez seja
porque a eleição do ano que vem seja municipal. Os políticos valencianos compareceram
porém, ficaram um tanto ocultos, procurei muito por alguns que só percebi a
presença quando já estavam saindo, até o nosso deputado esteve quase invisível.
Os mestres de cerimônia cometeram pequenas gafes, mas nada de tão desastroso,
nada que não se releve em ano de crise econômica e política; em ano de
pre-eleição todos estão preocupados em fazerem uma boa aparição e conquistarem votos, todavia
não vi nada de especial.
Esse
ano apesar do sumiço de muitas atrações, surgiu um elemento novo na Lavagem do
Amparo, a participação dos artistas
plásticos de Valença, ou pelo menos de alguns, através da demonstração de suas
artes expostas nas quartinhas que as baianas carregam com flores durante o
percurso. Estava lindo! O terreiro Caxuté homenageou “Mãe Mira de Oxum” em seu
desfile e deu destaque às mulheres negras e a cultura afro-brasileira. A
gestora do Município, Jucelia, estava lá com sua comitiva encabeçando a caminhada como de praxe e políticos como Zé
da Hora e Jairo Batista com suas camisas estampadas com a Igreja do Amparo se
fizeram presentes como o fazem todos os anos.
A
cultura viva, participante assídua, nessa lavagem mostrou para o público
presente as formas de inclusão social reais
com apresentação de um garoto portador
de necessidades especiais que vive numa cadeira de rodas no grupo de capoeira.
E o garotinho se apresentou bem.
A Lavagem do Amparo é o começo de um pequeno espaço de tempo aonde alguns pais de família desempregados aproveitam para ganhar algum dinheiro para se sustentar, como houve mudanças no último ano que prejudicou muito essa população, espera-se que este ano se dê oportunidade para essas pessoas garantirem um ganho importante para suas vidas econômicas.
A
lavagem do Amparo para além da demonstração de fé, é o lugar onde os populares sem coroinhas nas cabeças
podem desfilar suas profanidades e curtirem sem culpa e livres de formalidades a fé que tem pela padroeira de maneira leve, se divertindo e observando as
manifestações culturais que ali são apresentadas todos os anos. Mesmo com a ausência
de grupos culturais importantes que se juntaram por vários anos abrilhantando a
Lavagem do Amparo. O evento aconteceu e foi legal. Parabéns a Secretaria de
Cultura e aos participantes que se desdobraram para estar ali apesar da crise.
out. 2015
out. 2015
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