ARGO VAI SE FERRAR!

                                                                                                                                                                               marc. 2013

Depois de uma noite de expectativas para ver quem ganha o prêmio mais cobiçado do cinema americano, resta a nós meros mortais e observadores de um bom filme o desejo de verificar o voto dos especialistas de Los Angeles e se o filme escolhido merece de fato a estatueta que recebeu. Isso se entender que nem sempre o filme eleito pela Academia é o querido do público ou o mais inteligível para todos os tipos de espectadores. De outro modo é sabido que Academia de Los Angeles exerce de certa forma, uma escolha política na premiação de certos diretores ou filmes.
Bem, enquanto cinéfila assumida, claro que corri atrás dos mais premiados da noite para observar se os “eleitores” de Los Angeles pensam igual a mim, (tenho a mania de achar que o que penso ser o melhor o mundo aprova), elegi para primeira observação o filme “Argo” que conta a história de seis americanos refugiados na residência do embaixador do Canadá em Teerã ao fugirem da invasão iraniana à embaixada americana.  “Argo” é o terceiro filme que Ben Affleck dirige, nesse ele também atua. E como é o sonho de todo cineasta já conseguiu a tão desejada estatueta para exibir em sua sala de visitas.
Ben Affleck em sua narrativa se utilizou de história em quadrinhos e da própria indústria hollywoodiana para contar a história dos diplomatas que conseguiram escapar da prisão pelos iranianos. É claro que ele relatou o que realmente aconteceu e mostrou ao mundo o que os EUA são capazes de fazer para resgatar os seus trabalhadores que se encontram em perigo em países estrangeiros. Apesar de ser uma história cheia de suspense, é um filme leve e mostra que nem sempre a violência é o caminho para resolver algumas situações. Esse trabalho também demonstra que apesar dos EUA não deixarem seus trabalhadores morrerem abandonados à própria sorte, os seus dirigentes precisam ser chamados à razão para acudirem de verdade seus representantes.
Ben Affleck mesmo não sendo ainda um diretor de ponta como se diz na linguagem cinematográfica, conduziu sua narrativa mostrando pessoas árabes humanizadas, sem aquela pecha de terroristas. Na indústria de cinema americana um filme mesmo se tratando de narrativa verdadeira não deixa de ter pautas fictícias para garantir o envolvimento do público, mas “Argo” não mostra nenhuma situação forçada para conquistar bilheteria.
Para mim, simples observadora de bons filmes, “Argo” mereceu os Oscares que levou. “Argo” se ferrou, Ben Affleck se deu bem e poderia ter levado o prêmio de melhor diretor, mas a Academia tem seus olhares, e eu adorei a divisão, todos saíram felizes e com suas estatuetas na mão. E nós o público ganhamos um filme bom de ver.


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