PROFESSORES E UNIVERSIDADES FEDERAIS: INIMIGOS NÚMEROS UM DE BOLSONARO.
Hoje fiquei
estarrecida com vingança do governo Bolsonaro contra as Universidades Federais
do Brasil, mais precisamente a UFBA, UNB e UFF, isso porque essas três
instituições trabalham muito com
interações sociais, são as Universidades que mais oferecem vagas pelo ENEM, que
ofertam vagas para cotas e que mais
discutem as políticas públicas no Brasil.
Vamos voltar um
pouquinho no tempo e perceber o caminho da educação brasileira desde a chegada
de D. João VI no país. No Brasil Colônia, se pensou a educação para os filhos
dos latifundiários, mas, a Companhia de Jesus via a educação como uma
sistematização de transmissão de conhecimentos, mesmo assim demorou muito para
que fosse instituída a primeira escola superior na Bahia. “Escola de Cirurgia
da Bahia, criada em 1808. “Depois vieram
as faculdades de Direito de São Paulo e de Olinda, em 1827”, (Prado, Maria Lígia Coelho, da USP. 4 de jul de 2018)
Na primeira
Republica, pode-se dizer, que houve uma reviravolta no discipuli modorum (modus educandos), a educação passou a ser
centralizada e autoritária, as lutas não pararam e as reformas foram
acontecendo e assim nasceu o ensino
secundário que valeria para o âmbito nacional
de forma unificada.
Com a chegada de
Getúlio Vargas ao poder muita coisa mudou na educação, nesse período surgiram
as reformas mais modernas, o mundo agora era completamente industrial e os
trabalhadores precisavam se aprimorar, os intelectuais começam a pensar uma
forma de especializar a mão de obra e criou-se o Ministério dos Negócios da
Educação e Saúde Pública ( o MEC atual), dali em diante estava aberto o caminho
para a organização geral da educação.
É preciso que
diga que o Getúlio Vargas foi um Ditador sanguinário que manteve, por exemplo,
o Graciliano Ramos na Cadeia por 11 meses, mandou a Olga Benário, grávida de 08
meses, para a Alemanha para ser assassinada por Hitler e deixou o Luiz Carlos
Prestes, marido dela, preso por cerca de dez anos. Vargas mesmo sendo Ditador e
sanguinário se preocupou com os direitos dos trabalhadores, a saúde e – principalmente
- a educação.
Um ano depois da
chegada do Vargas ao poder foi criado o Conselho Nacional de Educação e a
Constituição de 1934 deu-lhe a incumbência de criar o Plano Nacional de
Educação. Em 1942, o ministro Gustavo
Capanema incentivou novas leis de reforma do Ensino, e começaram as formações
de professores, esses que o Jair Bolsonaro, hoje, enxerga como inimigos nºs 01
do país, os professores e as universidades.
Em 1943, organizaram-se
as leis de ensino para todas as classes sociais não deixando ninguém de fora e
assim foram: Lei Orgânica do Ensino Industrial; Lei Orgânica do Ensino
Secundário; Lei Orgânica do Ensino Primário; Lei Orgânica do Ensino Comercial
Normal; Além do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai) que até hoje existe no Brasil. As reformas
Capanema, como ficaram conhecidas, também criaram mecanismos para dar
continuidade da aprendizagem no nível superior.
A LDB que teve seu primeiro rascunho na
Constituição de 1934 e se consolidou em 1961 ainda no governo de JK.
Na era Militar, aconteceram
mais algumas mudanças na educação que não foram boas. Os
militares fizeram mudanças de cunho ideológico na educação, não queriam ninguém
pensante, tampouco critico, por isso o primeiro passo foi a reforma universitária entre 1964 e 1970, retirando das
faculdades os cursos de Filosofia, Ciências, Letras, História e sociologia.
Essas matérias também despareceram do segundo grau se transformaram em (OSPB)
Estudos sociais. A coisa agora está se repetindo, o Bolsonaro está acabando com
os cursos de sociologia e filosofia, e como ele pensa em acabar com os cursos
de humanas, não estranharei se forem para o lixo Geografia e História. Afinal
estamos voltando a um período escuro no Brasil.
Durante a
Ditadura, Militar as Universidades foram afastadas das cidades, o vestibular
era para preenchimento de vagas disponíveis, porque as primeiras vagas eram dos
filhos dos empresários e fazendeiros, existiam as cotas para eles.
Durante esse
período, o educador Paulo Freire lutou por uma educação inclusiva e uma pedagogia
libertadora, essa que estimula o estudante a pensar, a ser crítico e, por conta
desse pensamento “subversivo”, ele teve que se exilar no Chile onde trabalhou
por 5 anos. Hoje, 22 anos depois de sua morte, o Bolsonaro quer exilá-lo outra
vez, não se pode falar em Paulo Freire, a ordem é queimar seus livros e afastar
os estudantes da luz da aprendizagem para jogá-los na caverna da ignorância e
do desconhecimento.
Nesse longo
caminho que a educação brasileira trilhou para conseguir formar pessoas críticas
e conscientes a escalada foi difícil. A Constituição Brasileira de 1988 que deu
um prazo de dez anos para a universalização do Ensino e a erradicação do
analfabetismo no país também fomentou a nova LDB de 1996 que instituiu a
Política Educacional Brasileira e o Conselho Nacional de Educação, e também
fortaleceu a organização do SAEB - Sistema de Avaliação do Ensino Básico e com
a lei 9.424/96 criou o FUNDEF - Fundo de Manutenção do Desenvolvimento do
Ensino Fundamental (que depois de dez anos foi substituído pelo FUNDEB), esse
órgão obrigou os Estados e Municípios a aplicarem anualmente um percentual
mínimo de suas receitas (e desse montante, 60% pelo menos para o pagamento do
pessoal do magistério).
Outros
mecanismos foram criados a partir de 2002 para fazer os estudantes negros e
pobres entrarem na universidade, mas isso todos sabem, nem preciso falar aqui.
Vários governos
trabalharam, vários ativistas lutaram por uma educação mais abrangente e justa,
pela inclusão dos brasileiros na esteira do saber mais apurado e oportunidade
de novas chances para melhorar suas vidas.
Depois de tantas
lutas, chega um presidente sem nenhum conhecimento, com muito ódio do saber, do
magistério e da inteligência, com muito ódio das instituições como as
Universidades Federais que trabalham pelo desenvolvimento humano e social, e desfere
coices sobre os estudantes, professores e trabalhadores das instituições
alvejadas.
O Bolsonaro tem
uma meta, destruir o país, destruir a educação com toda sua força, pois, ele
não admite que filho de pobre e preto consiga ter uma formação, precisa ser
burro como ele para aceitar a degradação na qual ele está jogando o país.
Um homem eleito
pelo ódio, alimentado pelo ódio e cercado pelo ódio e pela imbecilidade. O país
está se acabando, a educação está se corroendo e ao final do governo dessa
nulidade, não haverá mais nada a ser aproveitado, só os cacos para se juntar.
Agora a
chantagem, deve-se troca a perda total dos direitos previdenciários dos
trabalhadores brasileiros pela manutenção da educação. Dá para acreditar?
Mas a culpa é
SUA!
Você alimentou
ódio e colocou esse câncer no poder para destruir o país. Agora nem para rezar
vai dar, o genocídio começou.
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