AVELA homenageia o escritor e médico Mustafá Rosemberg
A AVELA fez uma
homenagem ao escritor e médico Mustafá Rosemberg no último sábado dia 29. O encontro
dos confrades aconteceu na residência do cronista, advogado e professor Pedro Geraldo
e contou a presença dos acadêmicos Givaldo Ferreira Couto, a professora
Perpetinha, o escritor e médico Alfredo Gonçalves, o escritor Araken Vaz Galvão
e sua esposa Elzedir, a presidente do Conselho de Cultura Juscimare Souza, a
atriz, fotógrafa e blogueira Irene Dóres, o Dr. em Literatura Gilson Antunes, o
poeta Otávio Mota, a presidente da AVELA, professora Raimundinha, mulheres da
sociedade como Norma além de outras.
Pedro Geraldo
recebeu os convidados à base de vinho de boa qualidade e os acadêmicos levaram
bandejas de petiscos. O encontro foi regado a poemas de autoria do homenageado
e de outros autores. O professor Givaldo
abriu os diálogos pontuando sobre a pessoa de Mustafá e encerrou seu momento de
fala com um poema do autor.
O professor Gilson
Antunes, Doutor em Literatura, falou do orgulho que sente em dividir uma coluna
no jornal Valença Agora com Mustafá Rosemberg e fez uma linda crítica poética
do trabalho do escritor. Alfredo em sua fala elogiou a disposição do Gilson pelo
trabalho de pesquisa que está realizando para resgatar trabalhos mais antigos
dos autores Valencianos e da região, afirmando que esta busca merece um livro
com a chancela da AVELA.
Dr. Gilson informou
que já conseguiu mapear as cidades de Aratuípe, Jaguaripe e, agora, está
pesquisando em Valença. Segundo ele, o resultado desse trabalho será um livro
coletânea com todos os autores antigos encontrados, possibilitando assim, o registro
da arte escrita na região em tempos mais remotos.
O escritor e
historiador Araken Vaz Galvão chamou Mustafá de mito em Valença e lembrou o
texto “O Leiteiro” de Carlos Drumond de Andrade, o qual dizia que “o leiteiro
levava leite bom para gente ruim” e que Mustafá trouxe muita gente ruim ao
mundo na cidade de Valença. Em seguida, brincou que o homenageado deveria escrever
poesia a vida inteira e perdeu muito tempo fazendo cirurgias e cuidando de
gente. E que ele merece o carinho das rosas. Galvão terminou sua fala dizendo
que “um médico é formado pela faculdade e um escritor já nasce para isso”.
O homenageado,
Dr. Mustafá Rosemberg, após ouvir as colocações dos seus amigos, abriu seu
pronunciamento entoando a canção “Estrela do Mar” de Dalva de Oliveira.
Ao terminar a
canção de 1952, Mustafá contou histórias da CVI, de quando ainda não havia
cuidados com a saúde dos funcionários, que chegou lá para fazer o trabalho
médico e que não foi bem acolhido por tentar melhorar a saúde dos funcionários,
nesse mesmo tempo ele foi para a Santa Casa que era muito precária, (e continua
sendo), de lá ele narrou agruras políticas do município naquela época e disse
que pelo fato da cidade não ter sustentação política perdia todas as coisas que
precisava conquistar para os municípios vizinhos (Essa situação ainda vige na
atualidade). O escritor/médico falou com garbo que teve muitas mulheres e foi
muito feliz em sua trajetória, embora hoje aos 93 anos, ainda lute por uma
faculdade de medicina em Valença, sonho ainda não concretizado. Voltando a falar
da Santa Casa de Misericórdia Valença, disse que apesar do avanço natural do
tempo, as coisas atualmente estão piores do que em 1964 quando ele aqui chegou
e que a precariedade permanece na instituição por falta de recursos. Que nesse
aspecto, pouco melhorou nesses anos.
Com todo bom
humor, Mustafá revelou que sofre de algumas dores nos quadris, mas, faz questão
de se reunir com amigos e que praticamente já parou de trabalhar, só atuando
atualmente em Ituberá que também não tem recursos.
Ao falar de sua
filha e sua neta que estão fazendo o curso de medicina, Mustafá se emocionou,
disse estar feliz por realizar esse sonho de ter uma neta e uma filha médica
para substituí-lo em sua profissão que muito lhe orgulha.
Sempre
preocupado com o Hospital de Valença ele voltou a lembrar de que a instituição não
tem recurso para conseguir aparelhos para realização de mini cirurgias em
alguns casos. E terminou fala, de forma emocionante, dizendo que está com 93
anos e que tem muito mais para mostrar aos filhos que é uma pessoa que sempre
se preocupou com eles, que pode dar trabalho e o apoio a eles e acima de tudo
ensinar a sua labuta, pois, nunca mediu esforços para salvar a vida do próximo.
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