CRÔNICA DE UMA FESTA JUNINA

He he! Mais um São João realizado em Valença. Sucesso e muitas disputas de egos, atropelos e ocultações.
Para começar observamos alguns pontos especiais como o camarote da prefeitura; cadê a cerveja e água que a Itaipava costumava deixar lá para os convidados? O gato bebeu? Ficou estranho um freezer de cervejas sendo vendido nas dependências do camarote, quem seria o importante ambulante que ganhou essa franquia? Por falar no camarote, esse ano ele não foi muito frequentado, poucas pessoas permaneceram lá, havia momentos inclusive, que o espaço estava vazio...
Do ponto de vista da musicalidade, parece que a bandas contratadas fizeram seus repertórios previamente combinados, os hits como: “Acordando o prédio”, “Você partiu meu coração” e “Tô Limpando Você da Minha Vida” foram cantados por todas as bandas, será que pagaram os direitos autorais do Luan Santana, Nego do Borel e do Aviões do Forró? Citamos essas três canções, mas a repetição foi geral, até o funk “olha o gás” apareceu na festa, o que não teve mesmo foi forró, mas tudo bem, o povo se divertiu!  
Também não se viu nesse São João valenciano as manifestações populares como os Bumba meu boi que costumam se apresentar para o público na Praça, e o São João das crianças, onde foi se esconder? Hum, não teve, se esqueceram das crianças!  Mas as bandas locais quase todas foram contratadas e receberam seu dinheiro “integral no dia como nunca foi feito no São João valenciano”, há quantos São Joãos Valença ficou sem festa? Perdi as contas! Opa! As bandas receberam tudo!? Mas as quadrilhas só puderam viajar com muito enfrentamento para o Arraiá do Galinho, quem quis viajar para apresentações fora precisou pedir “esmolas” na sinaleira do jardim, uma quadrilha abriu mão para que a outra pudesse viajar! Mesmo assim elas estiveram lindas na praça mostrando seus trabalhos para o público. Parabéns mulheres fortes: Gracinha e Nevinha que lutam como leoas para preservar a cultura popular mesmo sem apoio dos gestores que “cuidam” do dinheiro do município.
Fiquei procurando os Bumba Meu Boi, mas eles não saíram, não houve verba do município para eles. Soube que um deles desfilou esmolambado no seu bairro, enquanto o outro pediu dinheiro aos vizinhos para fazer uma roupa nova e gritou as quatro ventos que estava segurando na alça do caixão, com essas manifestações eles demonstraram o descaso e o abandono da cultura nesse primeiro ano de gestão do partido amarelo que chegou com velhos administradores e costumes dos anos de 1980, o que não é musica parece não ser cultura, parece não merecer o incentivo do município. Administrar com mão de ferro é a cultura desse gestor que não deve ter ideia do sentido da palavra cultura.
Segundo informações de uma vereadora o orçamento destinado à cultura e suas derivações para o ano de 2017 é mais de 1.6000,000 (hum milhão e seiscentos mil), interrogamos; o que está sendo feito com esse dinheiro? Porque não pôde pagar um transporte para conduzir as quadrilhas em suas viagens para outros municípios? Elas representam Valença, uma das quadrilhas precisou cancelar duas apresentações por falta de condição para viajar. O que está havendo com o município, estamos regredindo? A proposta do governo era olhar e zelar pela cultura e não acabar com a cultura, porque se continuar assim, o partido amarelo vai conseguir acabar com a cultura valenciana.
Falando em orgulho festivo, observamos que a competente e ilhada secretária de cultura parecia não estar presente na festa, apesar do trabalho árduo que esteve desenvolvendo durante todo festejo. O secretário de turismo também foi engolido pela indústria e comércio que parecia ter feito tudo sozinha e reinava absoluta, questão de ego ou falta de informação para os âncoras da festa? Falando em orgulho, aparece logo a prepotência e a arrogância representada uma só pessoa, para se coordenar eventos só é preciso competência!
Uma pergunta importante e que as pessoas não respondem com precisão. CULTURA É O QUÊ?
Não sou a maior especialista no assunto, porém sei que:
“Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro”.

Nesse caso, chamamos a atenção do gestor “cuidador” do dinheiro do município que a verba da cultura deve ser gasta com a cultura! O São João não é só banda na praça, a cultura popular faz parte da festa e nós a queremos de volta!


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