O ESPORTE EDUCA, VIVA VALENÇA!
“O esporte educa, viva valença!” disse a professora de ginástica rítmica
Gilcélia Almeida após acender o fogo da
pira símbolica na Praça da Bandeira em Valença-Bahia.
Tudo
começou quando a prefeita resolveu se candidatar a receber o fogo olímpico na cidade, foram
muitos dias de trabalho, as pessoas se inscrevendo para conduzir a tocha olímpica
e a expectativa dos moradores de ver pela primeira e única vez, um fogo sagrado
trazido da cidade de Olímpia na Grécia, ou melhor dizendo, um fogo legitimamente grego. Isso é muita coisa para
quem está acostumado a ver atletas importantes transportando o fogo sagrado e
da paz, em volta do mundo, pela televisão de quatro em quatro anos. Fogo este
que ilumina e garante simbolicamente a paz enquanto duram os jogos olímpicos.
Na
Grécia antiga, mais precisamente na cidade de Olímpia foi registrada pela
primeira vez, no ano 776 a. C a realização de uma competição com participação de várias cidades-Estados e teve
como primeiro campeão olímpico, um cozinheiro. Nesse período prevalecia a
religiosidade, cessavam as guerras e os vencedores além de receberem coroas de
louro se tornavam famosos em toda Grécia. A festa em Olímpia também homenageava Zeus e o culto
à beleza do corpo.
Pela
primeira e ultima vez o Brasil tem a oportunidade de realizar uma olimpíada e
Valença recebe a visita do fogo que
tanto significou para o povo grego da
antiguidade e significa na atualidade aonde se instala por curto período para
que atletas de todas as partes do mundo
em suas várias modalidades brilhem e recebam a medalha de ouro que substituiu a
coroa de louros há muito tempo atrás.
Em
Valença a festa pela passagem da tocha começou
no Alto do Amparo, lugar onde reina a padroeira da cidade, lá se reuniram as
representações culturais do municipio e
um atleta idoso, Antonio Neves Coutinho, exatamente dois meses após perder sua
esposa acendeu a chama que desfilaria pela cidade mostrando de perto essa única
vez que as olimpíadas no Brasil são
reais. No mês de agosto Olímpia é aqui.
Na
busca do registro de uma imagem emocionante
a fotógrafa sai às ruas a procura de um atleta que irá conduzir a chama
olímpica. A expectativa logo se encerra, há uma condutora parada com sua tocha
na mão a espera da troca do fogo, de repente o fogo chega, a troca é feita,
momento inesquecível, o coração bate mais forte e a atleta segue em frente
conduzindo a chama para outro que a espera em outro ponto qualquer. Mas não
acabou ali, haverá um outro atleta em
algum lugar, e quem procura
encontra. Após mais uma pesquisa, eis
que se encontra mais um atleta com sua tocha a espera do fogo sagrado, e mais
uma vez a emoção se repete. Mas ainda não acabou, existe um lugar para
onde todos convergem, seguindo o curso a
fotografa chega lá. Ali se dará o
encerramento do sonho, o que vai acontecer culmina todo desenrolar do percurso
por onde a multidão passou.
De
repente o anúncio, o último condutor com a chama olímpica está chegando ao
palco para acender a pira simbólica com o fogo que se encontra aceso na cidade
grega de Olímpia e cruzou céus e mares para estar aqui. A tocha aparece
conduzida pela professora Gil, a multidão olha e entra em êxtase, é a
professora Gil, treinadora de atletas de modalidades olímpicas e que presta um
trabalho social admirável e humanizado. Muitos gritos ecoam na praça e a
professora muito emocionada acende a réplica da pira olímpica. O mestre de
cerimônia do Comitê Olímpico Rio 2016, expressa sua admiração pela diversidade
cultural mostrada naquele momento. As meninas do ballet Styllo Corpo e a Cia
Movements de Dança coreografados por Thiago Mascarenhas; as garotas da
ginástica rítmica de Gilcélia Almeida, o grupo de capoeira da FICA da mestra
Gegê, os garotos bi-boys, as crianças do
Orobó Escolas do Campo localizada zona rural e dirigidas por Jhessy Coutinho, a
quadrilha junina Girassol e a manifestação cultural Arguidá. Nunca se viu tanta
coisa linda numa só tarde naquela Praça da Bandeira.
A
emoção era tanta que pessoas choravam e a prefeita com sua equipe era
largamente elogiada e com razão. O diretor de esportes da Bahia, o ex deputado
Álvaro Gomes estava ali juntamente com a prefeita Jucélia recebendo os louros
de um trabalho bem produzido e com resultados maravilhosos para a população da
cidade e municipios vizinhos que vieram para ver o fogo olímpico desfilar.
A chegada do fogo olímpico em Valença despertou
nas pessoas o sentimento de convivência com a história no sentido mais
aproximado, retirando a narrativa do fogo olímpico do livro e colocando-a nas
mãos dos condutores, a vista dos observadores. As pessoas puderam visualisar
uma prática que começou muito tempo antes de Cristo nascer continua viva e possível
de chegar mais perto dos mortais da atualidade. E a fotógrafa nesse caso,
contempla e afirma que a História é linda,
real e transcende o tempo. Porque os homens se vão, mas a história
registra seus feitos e garante que o mundo os conheça.
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