QUANDO A ARTE VENCE A POBREZA



Ha muito que em volta do mundo, pessoas tentam mudar a sorte de outras através de atitudes  programas não convencionais, porém ligados, e muito ligados à arte e a cultura. Lá no inicio do século XX, a garotinha  de rua, Edith Piaf,  abandonada pela mãe e solta pelo pai, era descoberta pelo dono de um cabaré que a levou para cantar em seu estabelecimento e a partir daí ela se transformou numa lenda da canção francesa.

Bem mais atrás ainda, no século XIX, nascia em Londres   Charles Chaplin,  menino muito pobre, filho de pais artistas  com graves problemas de saúde, precisou morar em internato para meninos pobres  e começou a atuar como comediante ainda criança no teatro inglês. A sua genialidade o levou ao patamar da fama nunca alcançado por qualquer artista em todos os tempos.

Esses artistas de quem estamos falando, a partir de seus desejos e suas lutas,  viveram e morreram ricos, longe da pobreza na qual nasceram, e deixaram um legado de amor, respeito e certeza de que a arte pode e salva vidas que de inicio não tem grandes perspectivas de  grandezas.

No último domingo tive a oportunidade de ver na tv dois casos brasileiros de artistas pobres e que  estão se sobressaindo através de sua arte. Estou falando dos jovens baianos, Lucas e Orelha, vencedores do concurso de bandas Superstar  e do jovem ator global Mauricio Destri. São jovens com histórias parecidas e perfis diferentes, mas que estão galgando seu lugar ao sol com seus talentos

O lindo e jovem Mauricio Destri, o qual já tínhamos visto em bela atuação (Cordel Encantado), reapareceu  tão lindo que dói, num texto chamado I’ love... e quem consegue ficar sem amar esse jovem de 23 anos. Pois é, sua história possui poucas  diferenças de um Chaplin, por exemplo. O Destri vem de uma infância humilde, enfrentou  muita dificuldade, (segundo ele confessou no programa do Faustão) e está vencendo sua pobreza e conquistando um lugar de destaque no coração do público brasileiro e no ambiente de trabalho, com seu talento e seu objetivo através do que sabe fazer muito bem, a arte de representar. A história do Destri me comove e me deixa feliz, porque sabemos  que aonde há perseverança, talento e colaboração de alguém que se dispõe a colocar alguem de pé, a arte sempre vencerá.

No mundo musical, meu parâmetro para Lucas e Orelha é  a Piaf , lenda francesa da canção. No final do programa Superstar, o jovens baianos confessaram que não esperavam vencer, posto que no lugar aonde eles vivem não há perspectivas  de alcançar  lugares especiais. A Edith Piaf também não tinha essa perspectiva, mas alcançou o estrelato, porque mesmo no seu lugar de miséria alguém a enxergou e mudou a sua vida.

Lucas e Orelha com suas vidas simples de vendedores de bala nos ônibus na cidade de Salvador, e passando muitas necessidades conseguiram ser vistos com sua música e caminharam em busca da realização de algo que nem esperavam alcançar. Cantaram lindamente, fizeram o Brasil cair de amores por eles, suas canções viaram hits na boca do povo. Artistas  e pessoas simples  torceram pelos meninos negros, bonitos e pobres. E no último momento o país decidiu dar a chance a dois jovens talentosos, de vencerem a pobreza através de sua arte. No Brasil cultural não existe branco ou preto, não se nota riqueza nem pobreza, a arte se sobressai e equilibra monetariamente o desigual na vida , mas muito superior na criatividade.

Aos jovens talentosos Maurício Destri e, Lucas & Orelha, muito tempo ainda resta para criarem, muitos projetos ainda têm para realizar, bastante sucesso ainda irão fazer. Mas a pobreza já iniciaram a vencer. Longa vida a arte e ao talento. 

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